Apesar de vivermos num mundo atual cheio de turbulências políticas, sociais e financeiras, o cooperativismo de crédito tem experimentado uma ascensão constante nas últimas décadas. Segundo o Panorama do SNCC – Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, na data-base de dezembro/2023, 57% de todos os municípios do Brasil possuíam pelo menos uma unidade de atendimento para cooperativas de crédito.

Isso demonstra a força do setor e a importância que os valores cooperativistas têm desempenhado na vida dos brasileiros. Por não serem tratados apenas como clientes, fontes de lucro e números frios, mas como donos do negócio, parceiros e o foco principal da instituição, muitas pessoas se associaram ao cooperativismo, o que gera, inevitavelmente, a pressão pela alta performance das equipes e colaboradores.

E um dos pontos de atenção mais relevantes atualmente diz respeito quanto à elaboração do demonstrativo financeiro em cooperativas de crédito, cujo documento precisa refletir a realidade da instituição de forma simples, direta e focada no cooperado, que terá todo o direito de usar essas informações para tomar suas decisões financeiras.

Pensando nesse aspecto tão importante, elaboramos este artigo para que você tire suas dúvidas e conheça cinco boas práticas para a elaboração dos DFs que farão a diferença nos seus processos. Acompanhe.

A Importância do demonstrativo financeiro em cooperativas de crédito

Elaborar demonstrações financeiras com precisão e transparência é essencial para a saúde das cooperativas de crédito. Esses documentos não apenas apresentam o desempenho financeiro da instituição, mas também reforçam a confiança dos cooperados, que são os verdadeiros donos do negócio.

Um demonstrativo financeiro em cooperativas de crédito mal elaborado pode levar a sérias consequências, como sanções regulatórias, perda de credibilidade no mercado e até o comprometimento da sustentabilidade da instituição. Por isso, atualmente é indispensável o uso de tecnologia e muita atenção sempre.

Problemas mais comuns na elaboração de DFs

Um dos problemas mais frequentes na elaboração de DFs para cooperativas de crédito é a inclusão de informações imprecisas ou incompletas, como despesas subestimadas ou ativos mal avaliados, que geram decisões equivocadas e afetam a transparência. Além disso, podemos citar:

  • Não conformidade com normas regulatórias: algumas agências não possuem conhecimento técnico sobre os padrões estabelecidos pelo Banco Central e pelo Conselho Federal de Contabilidade. A negligência nesses aspectos pode resultar em sanções e comprometer a credibilidade da cooperativa.
  • Relatórios excessivamente técnicos: Demonstrativos financeiros em cooperativas de crédito que consideram apenas a linguagem técnica da contabilidade dificultam o entendimento pelos cooperados, que muitas vezes não possuem formação em finanças. Essa falta de clareza pode gerar desconfiança e afetar a relação entre cooperados e gestão.
  • Ausência de controles internos e auditorias regulares: atualmente é fundamental que a instituição possua sistemas financeiros integrados e com boa gestão de dados, para evitar o comprometimento das informações levantadas pelo departamento. Ele contribui também para minimizar erros e até fraudes, mitigando alguns riscos operacionais inerentes.

Para evitar esses problemas, é essencial adotar boas práticas contábeis e garantir que as demonstrações financeiras sejam ferramentas de transparência e fortalecimento institucional.

Leia também: Como a governança e o crescimento das cooperativas de crédito andam juntas?

5 boas práticas para elaborar demonstrativos financeiros

1. Conformidade com Normas e Regulamentações

É fundamental seguir os padrões contábeis estabelecidos pelo Banco Central do Brasil (BACEN) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Normas como o COSIF e os pronunciamentos contábeis do CFC garantem a uniformidade e confiabilidade das informações. A capacitação contínua da equipe contábil é essencial para manter a cooperativa atualizada sobre mudanças normativas.

2. Clareza e Transparência nos Relatórios

O demonstrativo financeiro em cooperativas de crédito deve ser elaborado de forma acessível, com notas explicativas que detalhem as principais movimentações. Relatórios claros promovem o entendimento por parte dos cooperados e auxiliam na tomada de decisões. Utilizar ferramentas visuais, como gráficos e tabelas, pode facilitar a compreensão dos dados financeiros, principalmente para cooperados com menor familiaridade contábil.

3. Uso de Tecnologia e Integração de Sistemas

Investir em sistemas modernos de gestão financeira é uma estratégia indispensável. Soluções tecnológicas que integrem os dados financeiros da cooperativa aumentam a precisão das informações e reduzem erros manuais. Além disso, a automação de processos financeiros libera a equipe contábil para tarefas mais analíticas e estratégicas.

4. Controle Interno e Auditorias Periódicas

A implantação de controles internos eficazes reduz riscos e evita fraudes. Auditorias regulares, sejam internas ou externas, ajudam a identificar inconsistências e a corrigir falhas. Essas práticas fortalecem a governança corporativa e garantem a integridade dos demonstrativos.

5. Envolvimento do Cooperado

Por fim, incluir os cooperados no processo de análise e aprovação do demonstrativo financeiro da cooperativa de crédito promove a transparência e fortalece o vínculo com a instituição. Assembleias gerais e reuniões periódicas são oportunidades de apresentar os resultados, esclarecer dúvidas e demonstrar como os recursos estão sendo utilizados de forma responsável.

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O cooperado no centro das decisões

A elaboração das demonstrações financeiras deve refletir o compromisso da cooperativa com a transparência e a sustentabilidade. Quando essas práticas são seguidas, os cooperados têm acesso a informações confiáveis que os ajudam a entender o desempenho da instituição e a participar mais ativamente nas decisões estratégicas.

Ao adotar práticas consistentes na elaboração de um demonstrativo financeiro em cooperativas de crédito, a instituição protege não apenas sua integridade financeira, mas também sua reputação e capacidade de atender às necessidades dos seus cooperados.

Com o foco na transparência e na governança da área contábil, as cooperativas podem continuar crescendo de forma sustentável e contribuindo para o fortalecimento do cooperativismo de crédito no Brasil.

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