Que efeitos econômicos os conflitos geopolíticos podem gerar em 2024?

Que efeitos econômicos os conflitos geopolíticos podem gerar em 2024?

A medida em que avançamos nas notícias sobre os conflitos geopolíticos em curso no mundo e seus respectivos efeitos econômicos, devemos nos perguntar, em algum momento: e o que nós, aqui, temos a ver com isso?

Para quem gosta de estar preparado em todo e qualquer cenário econômico, a resposta é uma só: tudo! Afinal, um conflito gera instabilidade; a instabilidade gera incerteza; a incerteza gera “pisões no freio”; e frear investimentos gera, obviamente, um efeito negativo em toda a economia.

Mas qual será o panorama detalhado dos efeitos financeiros que esses conflitos trazem? Quais são as conexões entre esses eventos e a economia do pequeno e médio empresário brasileiro?

Neste artigo, vamos explorar e fornecer insights sobre a perspectiva do próximo ano para a economia mundial, e como o Brasil pode aproveitar o momento para entrar, definitivamente, entre os players mundiais.

Economia mundial em recuperação lenta

De acordo com dados publicados pelos países, a economia global, no geral, deve desacelerar e crescer apenas 3%. EUA, China e Zona do Euro registrarão 2,2%, 5% e 2%, respectivamente.

Essa queda no crescimento não significa, entretanto, que há uma recessão em curso; mas sim que a inflação global foi forte e tende a se acentuar com o agravamento dos conflitos geopolíticos.

Sobre isso, aliás, pode-se afirmar que o prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia, que compromete abastecimento, tem efeitos alarmantes sobre os gastos dos países, já que muitos recursos são migrados de investimentos para a guerra.

Por outro lado, o conflito entre Israel e Palestina, que já dura 75 anos, pode afetar o preço do petróleo se outras nações vizinhas ou nações árabes forem arrastadas para dentro do embate. Isso teria um efeito ainda maior na inflação mundial apresentada em 2023, ocasionando uma possível recessão econômica em nível mundial.

A inflação mundial e o Brasil nesse contexto

Para 2024, então, a tendência é que a inflação siga alta e os governos das principais economias do mundo continuem agindo para combate-la, principalmente mantendo altas as taxas de juros, para ajudar na convergência.

O Brasil, entretanto, já havia se antecipado a esses movimentos da política monetária e espera, já para os primeiros meses, uma queda acentuada da taxa de juros.  Isso coloca a nação como uma das dez maiores economias do mundo.

Ora, se o contexto externo atual é de reposicionamento das cadeias globais de suprimentos, as empresas que dependem de fornecimento da Ucrânia, Rússia ou Oriente Médio tentarão reduzir essa dependência para minimizar problemas e perdas.

Nesse cenário, o Brasil pode se destacar, já que possui mão de obra qualificada e uma economia diversificada, com apenas um pontual conflito interno, no âmbito político. Esse aspecto, aliás, deve ser sanado o quanto antes para que o país avance e atraia tais investimentos externos.

Além disso, o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária aprovadas em 2023 implicam mudanças que geram melhores perspectivas para as previsões de crescimento da economia brasileira.

Os efeitos econômicos que os conflitos geopolíticos podem gerar

É bem possível que os conflitos geopolíticos atualmente em voga no mundo causem uma recessão em nível global. Mas é fato que as maiores nações já se preparam para esses efeitos.

Como o mundo tem passado por um momento de inflação alta, é quase unânime a previsão de que a economia passará por um momento de desaceleração. Até mesmo a China, que crescia acima dos 10% ao ano, registrará crescimento na casa dos 5%.

Como maior parceiro econômico do Brasil, essa desaceleração da China preocupa, pois ela é a maior consumidora do nosso minério de ferro. Apesar disso, as exportações brasileiras se mantiveram estáveis, muito por conta do aumento da renda per capita chinesa, que beira os US$ 20 mil anuais.

Em resumo, considerando os conflitos geopolíticos atuais, pode-se esperar, como efeito econômico, a manutenção da inflação global para 2024, com um leve destaque para o Brasil, que deve abaixar sua taxa de juros enquanto outros países lutarão para mantê-la niveladas.

Conclusão

Conforme nos aproximamos de 2024, os embates geopolíticos entre Ucrânia x Rússia e Israel x Hamas continuam a lançar sombras sobre as projeções econômicas globais. As ramificações desses conflitos têm sido sentidas em múltiplos setores, gerando volatilidade e incerteza nos cenários econômicos.

No entanto, diante dessas adversidades, também é possível vislumbrar certo otimismo, nem tanto pela desaceleração, mas pela manutenção do crescimento. Afinal, saímos de uma recessão pandêmica para um cenário de guerras e conflitos geopolíticos.

À medida que as nações buscam soluções e resoluções para esses impasses, os investidores e atores econômicos enfrentam um ambiente de constante monitoramento e estratégia. O que significa, em partes, buscar suprir suas necessidades em outros mercados menos conflituosos, e com melhores prospecções econômicas.

Nesse sentido, o Brasil desponta como um bom destino, já que sua política monetária está adiantada e contribuirá muito para o crescimento do país nos próximos anos. Sinais disso já são sentidos: queda da inflação, diminuição da taxa de desemprego e melhorias consideráveis na condução da política externa.

Resta-nos, entretanto, fazer o dever de casa. Aprovar reformas tão necessárias para o desenvolvimento do país tem sido um desafio travado pela polarização política. Se quiser, enfim, ser um player mundial, esperamos que o Brasil abandone de vez esse modelo e passe a trabalhar uníssono no caminho do desenvolvimento.

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