Como a governança e o crescimento das cooperativas de crédito andam juntos

Como a governança e o crescimento das cooperativas de crédito andam juntos

As cooperativas de crédito têm experimentado um crescimento significativo no Brasil nos últimos anos. Em Minas Gerais, por exemplo, 182 instituições movimentam cerca de R$ 71 bilhões e contam com 2,7milhões de cooperados, empregando por volta de 18 mil pessoas, segundo dados do Anuário Mineiro.

Tal crescimento é explicado pela popularização de seu modelo de negócios, hoje centrado no associado e na comunidade, oferecendo alternativas mais justas e competitivas aos bancos tradicionais.

No entanto, para garantir que esse crescimento seja sustentável, permanente e não acarrete problemas estruturais para a organização, é essencial que a cooperativa de crédito adote práticas de governança desde o início de suas atividades.

No artigo de hoje, vamos entender mais como funciona esse caminhar conjunto entre crescimento e governança das cooperativas de crédito. Acompanhe.

O crescimento das cooperativas de crédito no Brasil

Há pelo menos uma década, as cooperativas de crédito têm se expandido rapidamente, atraindo um número crescente de associados devido às suas taxas mais baixas e condições de crédito mais favoráveis.

Além disso, a preferência da sociedade em relação ao consumo mudou nesse tempo, favorecendo essas instituições que também oferecem um atendimento mais próximo, mais humanizado, de relações personalizadas e que realmente se preocupa com o sucesso do cooperado.

De acordo com dados do AnuarioCoop, em 2023, o setor cooperativo de crédito no Brasil apresentou os seguintes dados:

  • 23,4 milhões de cooperados;
  • Mais de 550 mil empregos gerados;
  • Cerca de R$ 1,1 trilhão em ativos totais;
  • Faturamento de R$ 692 bilhões.

Este crescimento reflete a confiança das pessoas nas cooperativas de crédito como uma alternativa viável e vantajosa. Afinal, numa relação tão próxima como essa, o sucesso do cooperado significa sucesso também para a cooperativa.

Mas, assim como funciona para empresas, crescer sem estrutura ou atingir altos patamares em resultados para nunca mais conseguir repeti-los pode apontar para um problema na sustentabilidade financeira da cooperativa de crédito.

Nesse ponto, a governança cooperativa se mostra como uma companheira fiel e eficaz nesse caminho rumo ao topo, pois fortalece a transparência e responsabilidade fiscal da instituição, alicerçando suas bases para acompanhar o desenvolvimento do setor.

A importância da governança no crescimento sustentável

O acelerado crescimento das cooperativas de crédito faz surgir a necessidade de robustas práticas de governança para assegurar a longevidade e a estabilidade dessas instituições.

Por isso, é importante adotar, desde o princípio, políticas, processos e estruturas que garantam a transparência, a responsabilidade e a eficiência na gestão da cooperativa.

Aqui estão alguns pontos chave sobre como a governança impacta o crescimento sustentável das cooperativas de crédito:

1. Transparência e Confiança

A transparência nas operações e na gestão é fundamental para construir e manter a confiança dos associados, que se traduz em resultado positivo ao final do período.

A divulgação clara de informações financeiras e operacionais, bem como a comunicação aberta com os associados, fortalece a relação de confiança e promove a participação ativa dos membros na governança da cooperativa.

2. Responsabilidade e Controle Interno

A implementação de controles internos eficazes e de uma estrutura de responsabilidade clara é essencial para evitar fraudes, erros e má gestão, além, é claro, de garantir o crescimento da cooperativa de crédito.

Um sistema robusto de governança garante que as decisões sejam tomadas de maneira responsável e que todos os processos estejam em conformidade com as normas regulatórias e os princípios cooperativos.

3. Gestão de Riscos

O crescimento rápido pode expor as instituições a diversos problemas financeiros, operacionais e de conformidade. A governança eficaz inclui a identificação, a avaliação e a mitigação desses problemas através de políticas de gestão bem definidas.

Isso tudo é tarefa para a gestão de riscos em cooperativas de crédito. Ao identificar precocemente um problema ou prever a possibilidade da existência deles, ela ajuda a proteger a cooperativa contra potenciais crises e garante a sua resiliência no longo prazo.

4. Participação dos Associados

A governança cooperativa também pode ser caracterizada pela participação ativa dos associados nas decisões estratégicas, o que não apenas fortalece o senso de pertencimento e comprometimento, mas também assegura que essas decisões reflitam os interesses e as necessidades dos membros.

Essa participação democrática, aliás, é um dos pilares do modelo cooperativo e essencial para o seu crescimento sustentável. Dessa forma, evitar a publicação de informações relevantes aos associados não caracteriza apenas um problema de governança, mas de princípios da alta gestão na instituição.

5. Inovação e Adaptação

Por fim, para acompanhar as mudanças no mercado, as demandas dos associados e continuar promovendo o crescimento das cooperativas de crédito, as agências precisam ser ágeis e inovadoras.

A governança cooperativa, quando corretamente vivenciada por cada colaborador, é capaz de promover um ambiente que encoraja a inovação e a adaptação a novas tecnologias e práticas de mercado. E isso é fundamental para que a cooperativa de crédito permaneça competitiva e relevante.

Conclusão

O crescimento das cooperativas de crédito no Brasil é um testemunho da eficácia e da atratividade deste modelo financeiro. No entanto, para que esse crescimento seja sustentável e beneficie todos os envolvidos, a implementação de práticas de governança sólidas é indispensável.

Nesse aspecto, empresas de consultoria em governança, como a Goose, emergem como verdadeiras parceiras no treinamento de colaboradores e da alta gestão para essa questão primordial e tão necessária na atualidade.

É importante lembrar, por fim, que a governança cooperativa garante a transparência, a responsabilidade, a gestão de riscos e a participação ativa dos associados, construindo uma base sólida para o futuro das cooperativas de crédito.

Portanto, investir em governança não é apenas uma necessidade regulatória, mas uma estratégia fundamental para garantir a longevidade e o sucesso das cooperativas de crédito no Brasil.

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