Usando o ESG para fortalecimento da cultura organizacional
A cultura organizacional desempenha um papel fundamental no sucesso e no desempenho de uma empresa. Ela é capaz de impulsionar a motivação dos colaboradores, a eficiência operacional e a capacidade de adaptação às mudanças, o que significa, no fim das contas, melhores resultados para a organização.
Neste contexto, as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) têm se destacado como uma abordagem eficaz para fortalecer a cultura de uma empresa. Isso porque, além de alinharem os valores e missão do negócio com as demandas mais atuais da sociedade, também contribuem muito para a manutenção da competitividade da empresa.
Neste artigo, exploraremos como o ESG contribui para uma cultura mais resiliente e atualizada dentro de cada organização. E também vamos tratar sobre o teste de materialidade – o primeiro passo para compreender as prioridades e traçar a estratégia correta das ações ambientais, sociais e de governança que farão parte da cultura corporativa.
ESG e cultura organizacional: um caminho sem volta
Você sabe por que ouvimos falar tanto em ESG na atualidade? É porque a sociedade mudou e agora volta suas atenções para o que as empresas estão fazendo para melhorar o mundo – e não mais se estão crescendo ou tendo bons lucros.
As novas demandas de consumo, somadas às emergências ambientais e pautas sociais sempre em destaque, trouxeram novos desafios às organizações. E, nesse sentido, aquela empresa que internalizou as práticas ESG em sua cultura organizacional tem uma vantagem competitiva sobre as outras.
Mas uma coisa é certa: consolidar isso tudo não é tarefa simples. Tanto que, para 35% dos empresários entrevistados pela Think Work, fortalecer a cultura da empresa é o maior desafio de todos. É necessário, para tanto, ter foco, paciência e saber equilibrar a dose entre contratar assertivamente e acertar as ações estratégicas voltadas para o ambiente corporativo.
Isso tem relação direta com o teste de materialidade, do qual falaremos mais adiante.
O importante, agora, é entender de forma simples e didática como os pilares do ESG (aqui encarados como “valores da sociedade atual”) podem ser integrados aos valores e princípios da empresa. Veja:
- E (Environmental – meio ambiente):
- Ações que demonstram preocupação com as mudanças climáticas;
- Uso cotidiano e prioritário de recursos sustentáveis;
- Redução da poluição e desperdício;
- Reciclagem da água e outros materiais.
- S (Social):
- Ações voltadas ao bem estar do colaborador;
- Ações voltadas ao bem estar da comunidade;
- Garantia da satisfação e da experiência do cliente.
- G (Governance – governança):
- Transparência fiscal;
- Ações anticorrupção (prestação de contas sobre os atos em todos os níveis);
- Gerenciamento de riscos;
- Informação fidedigna aos acionistas.
Teste de materialidade e cultura organizacional
O teste de materialidade é um processo que visa identificar e priorizar os temas mais relevantes e impactantes para uma empresa e seus stakeholders. Ele vai avaliar quais questões são consideradas “materiais”, ou seja, aquelas que têm o potencial de influenciar as decisões e ações dos investidores, clientes, colaboradores e comunidade em geral.
Quando aplicado aos temas ESG, o teste permite que se visualize com mais clareza onde a empresa deve investir seus esforços para alinhar sua cultura organizacional. Ou seja, é o passo inicial para a formação da base estratégica que definirá a prioridade de ação da empresa.
Isso significa, em termos mais técnicos, poder mensurar quantitativa e qualitativamente as questões ambientais, sociais e de governança que vão afetar a reputação, o desempenho financeiro e a sustentabilidade de longo prazo.
Assim, a organização consegue identificar riscos e oportunidades que vão além dos aspectos puramente financeiros, mas estão ligadas aos princípios de responsabilidade social e ambiental.
Então, quando o teste de materialidade é incorporado à cultura organizacional, ele se torna uma bússola para a tomada de decisões éticas e responsáveis, principalmente da alta cúpula da empresa, o que a torna mais longeva.
A análise das questões materiais – que são importantes tanto para a organização, quanto para stakeholders – permite que os líderes direcionem os recursos, esforços e planejem ações voltadas para a incorporação dessas questões no ambiente profissional cotidianamente. E isso contribui muito para a solidificação de uma cultura corporativa pautada pelo ESG.
Mas, como dissemos, isso requer tempo, paciência e resiliência da equipe para se manter firme em momentos desafiadores. Por exemplo, se for necessário encerrar relações com um ótimo fornecedor que, infelizmente, não obtém sua matéria-prima de fontes renováveis.
Conclusão
As práticas ESG são uma realidade no mundo todo e a empresa que consegue internalizar esses conceitos em sua cultura só tem a ganhar com isso. Seja através da maior competitividade no mercado, ou do perfeito alinhamento com as demandas atuais da sociedade, os resultados de uma cultura organizacional baseada nas práticas ESG são expressivos, principalmente por conta de uma gestão mais eficiente e certa da diferença que sua organização pode fazer no mundo.