Em 2023, o mundo dos negócios testemunhou com alguma preocupação a ênfase crescente na importância da governança corporativa e compliance. Isso porque o aumento nos pedidos de recuperação judicial, com destaque para grandes empresas, tem demonstrado agora o quanto a pandemia de Covid-19 foi cruel também com os empreendimentos.

Essas empresas notáveis, como Americanas, 123 Milhas e Volkswagen, provaram na prática o quanto os valores da governança e respeito ao compliance são fundamentais nas relações de mercado atuais. Afinal, toda uma cadeia de suprimentos depende do bom andamento das operações dos chamados “grandes”.

Por isso, então, esses elementos se tornaram fundamentais para garantir a transparência, a responsabilidade e a sustentabilidade das relações empresariais. Neste artigo, falaremos mais sobre a governança corporativa e compliance nesses casos emblemáticos, buscando, é claro, a compreensão ampla desses valores.

A relação estreita entre governança corporativa e compliance empresarial

A governança corporativa e compliance formam os alicerces de uma cultura empresarial ética e responsável. Para entendermos melhor o quanto elas se complementam, vamos colocar suas características lado a lado:

Perceba como a interseção desses dois conceitos críticos assegura a integridade dos negócios, fortalece a confiança das partes interessadas e promove a sustentabilidade a longo prazo.

Isso não apenas demonstra um compromisso com altos padrões éticos e legais, mas também fortalece a reputação e a credibilidade da empresa, estabelecendo-a como uma entidade confiável e responsável no mercado.

Portanto, essa sinergia entre governança e compliance é essencial para o sucesso duradouro e para a resiliência das organizações em um ambiente empresarial dinâmico e regulamentado.

Exemplos recentes de governança corporativa e compliance nas grandes empresas

Apesar de conhecer a importância desses dois aspectos cada vez mais em ascensão no mundo empresarial, em 2023 fomos, de certa forma, surpreendidos com as notícias relacionadas a quedas de empresas gigantes em seus setores.

O caso Americanas

No caso mais famoso de 2023, muitos especialistas afirmam que a governança da Americanas falhou, e muito. Afinal, ela pressupõe que todos os processos e decisões de uma corporação devem ser monitorados através de prestações de contas fidedignas e abertas.

Por isso, quando foi validado o balanço contábil das operações de risco (forfait), que gerou o rombo bilionário, os órgãos de governança internos – que deveriam monitorar esses números – foram omissos ou fraudulentos.

Isso prejudicou não apenas os acionistas e milhares de investidores da mega empresa, mas principalmente seus fornecedores e a própria empresa, em um grau que talvez seja difícil reverter, dado o estrago que isso tudo causou à sua reputação.

O caso da 123 Milhas

Já no caso da 123 Milhas, que causou prejuízo a milhares de passageiros, que tinham viagem marcada, e investidores, que se surpreenderam com as notícias de rombo financeiro, o problema aconteceu por conta da chamada “contabilidade criativa” da empresa.

Ou seja, o balanço contábil frequentemente apresentava manipulação de receitas, reservas ocultas e lançamento de despesas como se fossem investimentos, além de outras práticas que induziam o investidor a acreditar que a empresa estava com ótima saúde financeira.

E esse tipo de criatividade nos números da empresa significa, na prática, que a governança corporativa e compliance eram tratados apenas como baluartes pela 123 Milhas; uma maneira fácil de atrair investidores e tentar recuperar – sem barulho – os prejuízos que iam se somando.

O caso da Volkswagen

Este exemplo nos mostra como a governança e o compliance não são especificamente aspectos de uma empresa ligados à contabilidade, finanças, etc. É importante, também, utilizar esses valores nos produtos que se produz.

A Volkswagen, em 2015, manipulou intencionalmente os testes de poluentes de seus veículos com motor a diesel, para que eles demonstrassem, no papel, que poluíam pouco e estavam de acordo com os valores exigidos por diversas organizações ambientais.

O problema foi, na verdade, que mesmo após comprovada a fraude, a empresa continuou negando e difamando os testes independentes, numa atitude pouco condizente com o compliance que dizia praticar. Como resultado, as ações da empresa caíram mais de um terço enquanto foi notícia negativa nos jornais.

Leia também nosso artigo sobre sustentabilidade empresarial.

Conclusão

A governança corporativa e compliance estão interligados e formam a base de uma empresa séria, respeitada e que verdadeiramente contribui para a sociedade.

A implementação eficaz de práticas de governança não apenas fortalece a resiliência das empresas, mas também as posiciona para um crescimento sustentável e responsável.

O compliance, por sua vez, desempenha um papel crucial na garantia da conformidade legal e ética, ajudando as empresas a evitar potenciais riscos legais e danos à reputação. Nesse sentido, estabelecer uma cultura de integridade e responsabilidade entre os colaboradores e, em especial, entre a alta gestão da empresa fortalece a confiança dos investidores, dos clientes e de outras partes interessadas.

Por fim, as experiências recentes das empresas Americanas, 123 Milhas e Volkswagen nos deixa claro que a governança corporativa e compliance devem estar no cerne de todas as operações empresariais. Esses dois elementos formam a espinha dorsal de uma cultura empresarial robusta e ética, promovendo a confiança, a transparência operacional e o sucesso sustentável a longo prazo.

Caso deseje saber mais sobre como fortalecer a governança e o compliance na sua empresa, entre em contato com a Goose.